domingo, 7 de outubro de 2012


Crónica de uma “morte” anunciada

Hoje participei no triatlo de Lisboa que para quem não sabe se disputa na distância olimpica, isto é, 1500 mts a nadar/ 40 Km de bicicleta e 10 Km a correr, prova bem organizada, com um tempo e uma paisagem fabulosa, mas com uma estrada no segmento de bicicleta vergonhosa (a rever em futuras edições).

Sabia ao que ia, três semanas sem treinar e com uma lesão no gémeo, ou desistia no segmento de corrida ou sofria a bom sofrer para terminar a prova, mesmo num ritmo que modéstia á parte não seria o meu.

 
A verdade é que aconteceram as duas coisas, sofri um bocado e desisti na mesma, depois de um segmento de natação em que devo ter rebocado o Titanic pois nunca me senti confortável. Sei que tenho nadado pouco, sempre em piscina e cainda por cima com uma clara falta de adaptação ao fato de neoprene pois sinto que faço sempre um esforço enorme ao nível dos ombros. Mesmo assim fiz 28:12 que foi o 104º parcial entre 200 participantes.
 
No segmento de bicicleta a solidão foi a minha melhor amiga. Apanhei 2 ou 3 grupos pequenos que ou ninguém puxava, ou quando o ritmo subia ficava invariavelmente sozinho. 4 voltas neste registo e finalmente cheguei á conclusão que talvez fosse melhor esperar por um grupo numeroso que vinha uns 200 ou 300 mts mais atrás. Nesta fase sentia as primeiras más sensações, encostei no grupo do José Estrangeiro que me dava uma volta de avanço mas e mesmo seguindo tranquilamente na roda, num dos esticões habituais dos retornos senti uma forte caimbria no gémeo esquerdo que me fez perder a “boleia”. Fiz 1:06:04 o que significa o 95º tempo entre os 200 participantes.



Chegava a hora da verdade, será que o gémeo aguentava ?
Entrei no parque de transição e deu-me uma tremenda caimbria na coxa direita, alonguei um pouco e fiz-me á estrada. Segui a um ritmo que era de alguma forma confortável para mim (4,30/Km) e apesar do cansaço acumulado a coisa ainda ia. Mais ou menos aos 4 Kms deu-se o colapso, uma sequência de caimbrias levou-me a parar, ainda alonguei mas estas persistiam e o bom senso e a experiência acumulada no desporto levou-me a parar de vez. Tinha muito mais a perder do que a ganhar e iria de certeza comprometer os próximos treinos e os eventos desportivos que conto participar.

Resumindo o gémeo aguentou (fiquei muito contente com isso) mas a falta de treino ditou o meu abandono. Os objetivos minimos foram cumpridos nadei em águas abertas, pedalei em competição, treinei as transições e ainda me diverti á grande porque gosto de fazer desporto e nem me importo de sofrer um bocado pois assim as coisas têm mais valor, ou pelo menos temos essa sensação.

Ainda uma palavra de incentivo a todos os que tiveram percalços  pois  como disse anteriormente a estrada estava uma vergonha e o pessoal não está habituado a circular em pelotão, em especial ao Pedro Pinheiro e ao João Lourenço que sofreram quedas aparatosas (as melhoras aos dois) e ao Paulo Silvestre que teve a infelicidade de furar numa prova em que estava a demonstrar a excelente forma fisica em que se encontra. Falta ainda agradecer aos elementos do A.A.Cartaxense pela forma simpática que me tratam, em especial ao Miguel Menezes que ainda fez uma excelente prova.

Moral da história:

 Como alguém disse “...sofre nos treinos para te divertires nas provas.”

 A época de triatlo acabou mas os treinos continuam, tentarei criar as bases para uma época mais regular em 2013 e com objetivos pessoais mais ambiciosos.

1 comentário:

  1. Grande Pedro.Parabens pela prova que fizeste.è preciso coragem e muita persistencia pra teres alinhado e sofrido pra alem dos limites.
    Coisa habitual em ti.
    Aproveito tambem pra te dar os parabens pelo blog.Tá muito bom.
    Abraço e continua.Bons treinos

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